Continuarei levando a vocês mais imagens e momentos inesquecíveis do mundo natural.
Grande abraço a todos,
Cristian Dimitrius



Esta aventura acaba aqui. E hora de voltar pra São Paulo..mas não por muito tempo..sabádo embarco novamente pra Galápagos. É assim é a vida de um cinegrafista de natureza....
Mais uma vez o alarme tocou as 5:30 da manhã. Era hora de checar as armadilhas. Já estavamos no Parque Nacional do Pantanal Matogrossense há 5 dias e não haviamos capturado nenhuma Onça. Na saída da sede demos de cara com um jacaré que curtia os primeiros raios do sol bem do lado do nosso barco...algo bem normal segundo os biólogos dali.
Não demorou muito pra ele se assustar e se atirar no rio. Durante o percurso uma imagem estranha me chamou a atenção..um urubu vinha descendo o rio em cima de de um jacaré morto...uma cena bizarra.
Enquanto viamos esta cena percevi que estavamos sendo observados por uma onça. Desta vez uma fêmea, que estava na margem do rio como de costume. ela nos observou por alguns minutos e depois sumiu na mata.
Tivemos que manter o silêncio e conter a emoção, mas era difícil, pois haviamos capturado a primeira Onça-Pintada da campanha. Era uma fêmea adulta de mais ou menos 70 kg. Peter tirou o barco dali e se afastou. Preparou o dardo tranquilizante e o rifle.
Voltamos e só eu e ele descemos do barco. A Onça não pensou duas vezes em tentar nos atacar...sorte nossa que ela estava presa.
Peter deu um tiro certeiro e em 7 minutos o animal estava sedado.

Ele checou se estava tudo bem, tirou o laço, e começou o trabalho. Primeiro colocaram o radio colar VHF e GPS, que era o procedimento mais importante. Depois iniciram uma série de exames: temperatura, frequencia cardiaca, biometria, pesagem, fotografia de dentição e coleta de sangue.





Enquanto isso eu catava o que sobrou da minha microcâmera...eh, por um erro de calculo colocamos ela muito próximo da armadilha e a onça simplesmente a destruiu. Não deu nem pra salvar o cartão e eu vou ficar sem saber se a camera registro o momento em que ela foi pega...seria uma cena inédita! Não se pode ganhar todas. Já estavamos felizes com a captura e com as imagens que estava fazendo.
Lugar onde coloquei a mirocamera...a onca não gostou nem um pouco..
O que sobrou...
A radio-telemetria é uma ferramenta muito utilizada para conhecer os aspectos ecológicos de uma espécie, como: a sua área de vida, o seu padrão de deslocamento, a utilização de hábitats e os seus padrões de atividade; informações de alta importância para o conhecimento e conservação da espécie.
Para mim era hora de deixar o parque e seguir para outra área do Pantanal para filmar mais imagens de onça. Para os pesquisadores o trabalho aqui continua. Eles pretendem capturar mais 3 onças e depois continuam com o difícil trabalho de monitorar-las. Quem quiser saber mais sobre o trabalho destes bravos pesquisadores visitem http://www4.icmbio.gov.br/cenap/ e http://www.ecotropica.org.br/. Para saber mais sobre o Parque Nacional do Pantanal matogrossense visite http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/mato-grosso/parque-nacional/pantanal-matogrossense/.
Segui na manhã seguinte para Porto Jofre, onde encontraria Lawrence e partiríamos para tentar captar mais imagens da Onça-Pintada!