terça-feira, 25 de agosto de 2009

GALAPAGOS - Espanhola, um último suspiro de vida.

Navegamos durante boa parte da noite até chegar a ilha de Espanhola (ou Hood). Esta é a ilha mais antiga, quase 100 vezes mais velha que Fernandina, e localiza-se na extremidade sudeste do perímetro do arquipélago. O que um dia foi um enorme vulcão hoje é apenas um pedaço de terra plano e seco. Como expliquei em um post anterior esta ilha esta morrendo.
Por cerca de 3,5 milhões de anos Espanhola se deslocou quase 161 km desde seu local de nascimento e durante este tempo ela se resfriou, contraiu-se, fraturou-se a afundou. Entretanto hoje ela se encontra em um ponto onde a corrente de Humbold lhe dá um ultimo suspiro de vida! E quanta vida!

O lado norte de espanhola é protegido contra os ventos. E por aqui começamos nossa visita a ilha, no local chamado de Gardner Bay, onde uma longa praia de areia branca passou a ser um dos locais preferidos pelos Leões Marinhos de Galápagos.

Piru-piru Americano (Haematopus palliatus)

Nesta praia também é possivel encontrar o Hood Mockingbird (Nesomimus macdonaldi). Foi justamente este gênero de passaros que chamou a atenção de Charles Darwin para a possibilidade das espécies sofrerem modificações. Em Galápagos, podemos encontrar 4 espécies de Mockingbirds, que apresentam apenas leves diferenças. A espécie desta ilha possui um bico mais largo e passa o dia todo procurando alimento, qualquer que seja.

Hood Mockingbird (Nesomimus macdonaldi)

Lagarto de Lava de Espanhola, o maior deste gênero.

Também nesta praia encontramos a maior espécie de Lagardo de lava de galápagos, varios tentilhões e a Iguana Marinha (Amblyrhynchus cristatus), o único lagarto do mundo com hábitos marinhos. Estes répteis extraordinário vive em zonas rochosas da beira-mar e alimenta-se de algas que apanha quer na zona de rebentação quer mergulhando junto à costa (nadam muito bem e podem ficar até 15 minutos debaixo d`água). Tive a oportunidade de ver estas Iguanas se alimentando das duas formas. Em baixo dágua, devido as ondas e a pouca profundidade confesso que foi uma tarefa bem difícil registrar em vídeo elas se alimentando. Em cima dágua foi bem mais fácil e uma iguana distraída chegou tão perto que se apoiou no pé pra se alimentar. No final deu tudo certo!
Iguana Marinha (Amblyrhynchus cristatus)

Se alimentando na maré baixa

Se alimentando na maré alta


Depois de meio dia explorando esta bela praia partimos para o outro lado da ilha, no local conhecido como Punta Suarez. O lado sul recebe a forca total dos ventos e do oceano e em vez de uma praia, temos um belo penhasco.
Acima dele uma plataforma oferece um lugar seguro para diversas aves se nidificarem. Atobás de Patas azuis (Sula nebouxii) , Atobás mascarados (Sula granti), Passaros tropicais (Phaethon aethereus), o Gavião de Galápagos (Buteo galapagoensis) e a mais majestosa delas, o Albatroz (Waved Albatroz - Phoebastria irrorata). Esta grande ave chega a medir 2 metros de envergadura e a pesar 4 kg. É a maior ave de Galápagos e praticamente toda populacão mundial se acasala aqui em Espanhola.

Gavião de Galápagos (Buteo galapagoensis)

Passaro Tropical (Phaethon aethereus)

Atobá mascarado (Sula granti)

Atobá de Pata Azul (Sula nebouxii)

Albatroz (Waved Albatroz - Phoebastria irrorata)

Partimos no fim de tarde para a ilha de Floreana e a plana ilha de Espanhola foi aos poucos desaparecendo no horizonte. Um dia esta ilha terminará sobre as ondas e todas as outras ilhas certamente a seguirão, carregadas pela esteira rolante de Galápagos, até encontrarem o mesmo destino, debaixo das águas do oceano pacífico.

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