Esta é a história de uma louca viagem em busca do sonho de mergulhar e trabalhar no Caribe. Sempre quis escrever sobre esta experiência e vou ter um dia esta e outras vivências publicadas no meu livro. Espero que gostem. Boa leitura.
Arraial do Cabo
No verão de 1999/2000 estava trabalhando em Arraial do Cabo, cidade famosa por suas águas claras e cheias de vida. Em Arraial ocorre um fenômeno conhecido como Ressurgência , caracterizado pelo afloramento de águas profundas,
frias e ricas em nutrientes, proveniente do atlântico sul. Estes nutrientes atraem muitas espécies de peixes deixando o lugar extremamente interessante para o mergulho. Minha meta nesta época era juntar dinheiro para viajar para o Caribe após a temporada. Desde que havia me formado como instrutor de mergulho em 1997 vivia exclusivamente desta atividade. Viajei muito, conheci muita gente e lugares maravilhosos. Entretanto neste país o trabalho era muito sazonal e o retorno financeiro deixava muito a desejar. Passei muitos apertos e por isso pensava em ir pra fora, continuar vivendo do mergulho e também ganhar algum dinheiro. Sonhava com as águas claras do Caribe e com a idéia de mergulhar com Tubarões. Não podia desistir deste sonho.
Neste verão trabalhei como um condenado...a única diferença era a minha paixão pelo trabalho. Chegava a ter duas turmas de 8 alunos por dia....uma correria, meus amigos de Arraial podem falar mais sobre isso...quem passar por lá pergunte ao Ricardo da Mr. Diver. Já em meados de fevereiro, já com o ritmo reduzido, comecei a mandar e-mails para todas as ilhas do Caribe. Minha estratégia era enviar meu currículo para todas as operadoras no Caribe que estavam na lista de Padi Dive Centers. A estratégia funcionou e já na primeira semana havia fechado com a Scubacaribe, uma grande empresa que opera na Republica Dominicana, México, Costa Rica, Jamaica e Cabo Verde. Meu destino seria Punta Cana, um grande complexo hoteleiro situado na costa leste da Republica Dominicana. Já tinha tudo acertado, só precisava chegar até lá. Decidi viajar um pouco antes da Semana Santa, logo no começo de março. Após este longo verão verifiquei minhas economias e tinha no total 840 dólares.
Feliz da vida, e muito sem noção, fui até uma agencia de turismo pesquisar preços de passagens aéreas para lá e foi quando tive a minha primeira surpesa, a passagem mais barata para Republica Dominicana custava 1200 dólares. Sem outra alternativa resolvi chegar até lá por terra. Sempre fui otimista e dificilmente desistia de algo. Uma mistura de coragem, determinação e teimosia. Meu plano era ir ate Manaus e de lá cruzar o estado de Romaima, a Venezuela e chegar até Caracas. Ali pegaria um avião até a Republica Dominicana. Não tinha a mínima idéia do preço desta passagem aérea mas calculei que seria bem mais barato. Puro chute. De ônibus gastaria muito menos pra chegar ate lá e isto tornaria a viagem viável.
Após pesquisar sobre viagem de ônibus e barco até Manaus tomei ciência que nesta época, devido as chuvas constantes ônibus podem ficar parados por mais de 2 semanas em atoleiros. Apesar de ser uma grande aventura achei que isso era um pouco demais. Além disso precisava chegar em Punta Cana o quanto antes.Comprei uma passagem de avião pra Manaus em uma promoção da antiga VASP que me custou 600 reais. La se foram uns 300U$. Preparei as malas e numa terça feira, véspera da Semana Santa parti para esta aventura. È impressionante o que uma pessoa pode fazer por um sonho. Não tinha a mínima noção como seria a viagem, nunca havia passado por estes lugares e muito menos visitado a Venezuela. Fui na cara e na coragem...e com muita fé!
Manaus
O avião aterrissou em Manaus por volta das 4 da tarde sob uma leve chuva e peguei um táxi direto pra rodoviária. Para economizar noites em Hotéis e Pousadas e ganhar tempo pretendia passar a noite viajando, dentro dos ônibus, que neste caso viraram “Hotéis ambulantes”. Comprei a passagem para o próximo ônibus para Boa Vista, capital do estado de Roraima, que partiria por volta das 21:00 hs. Neste meio tempo aproveitei para conhecer um pouco a cidade e tomar uma vacina para febre amarela, que era oferecida gratuitamente na rodoviária. Fiz o “check-in” no ônibus e fui direto para o meu aposento, na poltrona 21. A viagem foi “tranqüila”, fomos parados pela Policia Federal, que procurava algum bandido que provavelmente havia fugido por aquelas bandas. Passamos por uma reserva indígena e algumas balsas que cruzavam os grandes rios daquela região, como o Rio Negro. Dormi muito bem e acordei bem cedo pra curtir a paisagem. A floresta Amazônica é de uma majestosidade sem igual. Ali, no meio daquele verde, esquecemos dos grandes edifícios, do trânsito e da vida agitada das grandes cidades. A paz toma conta do lugar e somos preenchidos por aquela sensação de conexão com a nossa essência. Somos o produto da interação com o meio ambiente que acontece há milhões de anos. Fazemos parte da natureza e no dia a dia da cidade muitos esquecem desta conexão e se sentem como seres a parte deste processo. Acredito que só resolveremos nossos grandes problemas quando nos colocarmos de volta como seres pertencentes a natureza, e não a parte da mesma. “Viajando na maionese” e já com os pensamentos distantes chegamos a Boa Vista no meio da manhã.
Boa Vista
Já era sexta feira santa e a rodoviária estava quase fechada. Precisava chegar a Venezuela e neste dia minha única opção era chegar até Santa Helena de Uarén, a primeira cidade depois da fronteira da Venezuela. Haviam poucos ônibus e todos estavam lotados. Por sorte abriram um ônibus extra e lá estava eu novamente, curtirdo a viagem de ônibus mais tranqüila desta aventura. Apenas 3 horas separavam Boa Vista de Santa Helena. A viagem foi tranqüila e a paisagem era única. Uma mata densa, com poucos vestígios de civilização. O relevo nesta altura da viagem também era diferente. Já haviam montanhas ao redor. Estávamos próximo do pico mais alto do Brasil, O pico da Neblina. Me sentia no fim do mundo, viajando por um lugar quase intocado. Próximo a fronteira a mata é substituída aos poucos por pequenas casas e um pouco antes de entrar na Venezuela uma espécie de “25 de março” na beira da rodovia dá um novo toque ao lugar. Desci do ônibus e fui passar pela imigração. Um senhor fardado nada carismático fazia os trâmites. Sem problemas e com o passaporte carimbado cheguei a Santa Helena de Uarém.
Santa Helena de Uarém
Nesta altura já havia gastado cerca de 120 dólares e me restavam apenas 430 para terminar a viagem. Por não conhecer a região e com um certo receio de poder ser assaltado viajava com a maior parte do dinheiro dentro do tênis, entre a sola e a palmilha. Sempre que precisava pegava uns 10 dólares e deixava no bolso.Comia lanches e refeições quando dava e não comprava nenhuma lembrança ou souvenir. Meu objetivo era chegar em Punta Cana e não podia perder o foco. Ao descer do ônibus em Santa Helena, uma cidade bem aconchegante e com uma paisagem muito deslumbrante, tive várias surpresas. A primeira é que não havia rodoviária. As passagens eram vendidas por uma senhora que estava dentro de uma edícula apenas com uma mesa e um bloco de papel de duas vias. Segundo a senhora, não haviam ônibus partindo neste dia. Era feriado e ninguém trabalhava. Pelo jeito ninguém viajava também. Ela disse com uma certa insegurança que havia apenas uma opção, a “Línea Orinoco” que seguiria para Ciudad Bolívar, uma importante cidade da Venezuela que ficava bem no meio do caminho. Não entendi muito bem o porque da insegurança e porque esta não seria uma boa opção. Uma mulher venezuelana que estava ao meu lado não pensava da mesma forma. Ao escutar esta opção exclamou: “En Línea Orinoco yo no voy..espero hasta mañana.” Eu, meio assustado, pensei: “o que pode ser tão ruim?”. Sem muita escolha comprei a passagem, ou melhor, um pedaço de papel que não continha horário, poltrona, nenhuma garantia de que este ônibus partiria ou pior, se ele existia. Eram aproximadamente 17:00 hs quando sentei para esperar o misterioso ônibus que partiria as 20:00 hs. Fiquei só pensando e namorando um ônibus que estava encostado num terreno logo a minha frente. O Ônibus bem ajeitadinho tinha pintado em sua lateral a marca “Caribe tour” e isto me agradava profundamente. Estava chegando perto. Pensei, este deve ser o meu “hotel ambulante” que me ajudará a completar mais uma fase desta viagem. Já havia passados 10 minutos depois da hora de saída e nada do tal ônibus. Comecei a ficar preocupado e continuava olhando para o ônibus da “caribe tour” que com certeza a qualquer momento deveria ser manobrado para podermos embarcar, no meu caso, fazer o “check-in”. De repente, uma espécie de marionete chega e para bem na minha frente, cobrindo a visão do ônibus da “caribe tour”. O nome Orinoco estampado na lateral não deixava dúvidas de que este era o meu ônibus. Uma anarquia se instalou. Muitos entravam no ônibus com as bagagens pois como não haviam poltronas marcadas e era preciso garantir o melhor lugar. Na verdade, garantir algum lugar. Tive que por as duas grandes malas que carregava ( uma mochila cargueira com meus pertences e outra bolsa com os equipamentos de mergulho) no porta malas e quando subi só havia uma única poltrona na frente, logo atrás do motorista. As poltronas não eram reclináveis e no espaço que serve para colocar os pés havia a mala de alguém. Fui reclamar com o motorista que disse q a mala era dele e que não podia fazer nada. Se quisesse teria que viajar assim. “Em um lugar onde a demanda é intensamente mais alta do que a oferta a qualidade do serviço não podia ser melhor.” Sentei ali mesmo. Antes de sair o motorista ligou o som “ambiente” e colocou Mergengue, música típica caribenha. A mulher dele, por sinal a senhora que havia me vendido as “passagens” sentava bem em cima da tampa do motor frontal, bem ao lado dele e virada para os passageiros . Ela estava um pouco fora de forma e tinha q manter o zíper da calça aberto para poder ficar com um certo conforto. Uma visão de amargar. O Merengue começou com força total. Pensei, que legal..este som típico vai enriquecer a viagem e deixar ela ainda mais caribenha. Logo logo eles desligam pra gente dormir. Depois de cerca de uma hora de viagem fomos parados pelo Exercito venezuelano que pediu gentilmente que descêssemos do ônibus. Tivemos que pegar nossas bolsas e “um por um” revistaram tudo. Estavam procurando por alimentos, especialmente frios, que são levados ilegalmente até as grandes cidades sem nenhum cuidado em relação a conservação. Muitos chegam estragados. Segundo o oficial, algumas fatalidades haviam ocorrido devido a ingestão dos frios contaminados. Percebi que estávamos transportando nos bagageiros um tipo de lingüiça. E pior, quem fazia isso era o próprio motorista. Depois de muita discussão do lado de fora o motorista voltou e deu partida. Não deu outra ..eles levaram tudo e nos mandaram seguir viagem. O merengue recomeçou. O som estava bem mais alto. Pensei de novo: logo logo eles desligam. Uma, duas, 3 horas e nada. Não desligaram a P... da musica durante a viagem toda. Como se não bastasse o pneu furou e perdemos algumas horas parado devido a falta de um estepe e ferramentas adequadas. Por sorte, é... nesta altura ainda tínhamos alguma, paramos próximo a um posto de serviço e conseguiram arrumar o pneu.Só não sei como. O ônibus viajava por dentro do “Parque Nacional de Canaima”, conhecido por possuir dentro de seu limite a maior queda de água do mundo, o Salto Angel. A estrada estava lotada de mochileiros e muitos paravam o ônibus para voltar à cidade. Como um pinga-pinga, o ônibus chegou na manhã seguinte ao nosso destino tão cheio quanto um circular na hora do rush em São Paulo. E o merengue tocando com força total.
Ciudad Bolivar
Estava quebrado e já não agüentava mais merengue. Pelo menos havia uma rodoviária na cidade. Bom, só a estrutura física pois todos os guichês estavam fechados. Era feriado e descobri que na Venezuela nem rodoviária funciona no feriado. Não havia nenhum guichê aberto e após pesquisar por todos os lados, e quase desistir, fui abordado por um vendedor ambulante que dizia ter passagens para Caracas as 21:00 hs. Traumatizado pela experiência da noite anterior e ciente da minha situação aceitei a proposta. Pelo menos desta vez havia um bilhete com o nome de uma empresa, horário e poltrona. Tinha o dia inteiro pra conhecer Ciudad Bolívar e estava um bagaço. Negociei com uma pousada ao lado da rodoviária só para deixar as mochilas, dormir um pouco e tomar um banho. Após chegar num preço justo, deixei meus penternces la e peguei uma “Guágua’, microônibus colorido que serve de transporte coletivo. Ao entrar no microônibus percebi que o costume de escutar merengue em alto volume não era só do motorista da Línea Orinoco. Este era um costume comum dos venezuelanos. Fui conhecer a bela vista do Rio Orinoco, o principal rio da Venezuela e um dos mais importantes da América do sul. Após um breve almoço e alguma caminhada voltei para a pousada e dormi profundamente. Acordei um pouco antes da hora de partir para a penúltima etapa da viagem. Esta longa ciesta foi revigorante e já estava preparado psicologicamente para mais uma noite de “perrengue com merengue”.
Na fila do ônibus a surpresa, era um ônibus “bom”, normalzinho, .bem confortável e sem merengue. Quase chorei de alegria. Deixei minha bagagem embaixo e subi no ônibus apenas com a bermuda, uma camiseta, minha pochete e um livro. A noite estava bem quente e não precisaria me preocupar com o frio. Mero engano. Uma horas depois estava batendo os queixos. O ar condicionado devia estar ajustado para 0 graus. Não tinha nada para cobrir e não tinha como pegar uma blusa. Foi uma gélida noite até Caracas.
Caracas
Cheguei logo pela manha e peguei um táxi, um carrão estilo landau, direto para o Aeroporto Internacional de Caracas, onde embarcaria para a última etapa da viagem. Tinha em mãos apenas 290 dólares que haviam sobrado. O suficiente para chegar na Republica Dominicana. Bom, mais ou menos. Ao chegar ao guichê da empresa Aeropostal fui surpreendido por tarifas mais caras devido ao feriado. Cada passagem para Santo Domingocustava 360 dólares. Em um segundo já havia visualizado minhas duas próximas noites no aeroporto esperando o feriado passar e o preço voltar para 250 dólares, que era o normal. Viu, meus cálculos estavam certos. Minha intuição raramente erra. Só não contei com o detalhe do feriado.
Conversei com o atendente e acho que ele ficou comovido com a situação. Tinha um avião que partiria em 2 horas e ainda não estava lotado. Conversou com seu gerente e consegui a passagem pelo preço normal. Ufa!!! Neste momento tirei meu tênis, coloquei em cima do balcão e tirei o dinheiro de debaixo da palmilha. Estava super nervoso e nem pensei, queria ter as passagens na mão. Nem me liguei na cena ridícula que estava protagonizando. Tenho certeza que se o atendente tivesse luvas de borracha ele usaria para pegar o dinheiro. Paguei, peguei meu “troféu” e me restaram apenas 40 dólares. Pensei: “opa, ainda tenho uma graninha pra qualquer emergência”. Logo no embarque fui surpreendido pelas famosas taxas, que não estavam inclusas na passagem.Queriam me cobrar duas taxas, uma custava 30 e outra 25 dólares. Entrei em pânico. Ao olhar o meu visto a atendente me disse que só tinha que pagar uma, a de 30 dólares pois estava na Venezuela por apenas 2 dias. Final das contas, sobraram 10 dolares. Fiz uma ligação para a Republica Dominicana avisando que estava chegando em 4 horas que me custaram 3 dólares e comi um lanche com uma coca cola que me custou mais 6. Fazendo a difícil conta matemática terminei com apenas 1 dólar no bolso. Agora, nada mais podia dar errado.
O vôo foi tranqüilo. Sobrevoamos o mar do caribe e fizemos uma breve escala em Curaçao. No Aeroporto de Curaçao pude ler os dizeres “Bonbini”.que significa “ Seja Bem Vindo” em Papiamento, uma espécie de dialeto Caribenho. A sensação de missão cumprida já estava tomando conta. Comecei a delirar e a rir sozinho. O azul turqueza do mar do caribe me hipnotizava e cheio de emoção cheguei a Santo Domingo, capital da Republica Dominicana. Era um sonho que estava se realizando.
Enfim a Republica Dominicana
Agora só precisava chegar em Punta Cana, que ficava a 3 horas da capital e me apresentar para o trabalho. Tinha apenas 1 dólar no bolso e não conhecia uma alma naquele lugar. Estava confiando totalmente na pessoa da Scubacaribe que havia me contratado. Ao desembarcar fui recebido por um simpático motorista, que segurava uma placa com o meu nome. Me senti super importante. Entrei numa van, só para mim, e durante o percurso tive uma aula sobre a Republica Dominicana e pude comprovar pessoalmente a hospitalidade do humilde povo deste País. A República Dominicana foi o primeiro território americano a ser descoberto por Cristóvão Colombo. Existem diferenças em termos de classe social e educação, que os separam em grupos diversos, e a diferença entre os ricos e os pobres é grande. O estilo musical do país é o merengue, que a esta altura já não me encomodava mais, e a lingua é um dialeto espanhol descrito como mocha'o.
Chegando a Punta Cana, fui recebido pelo Juan, que me mostrou o meu quarto. Este era de verdade Um puta apê (me desculpe a expressão) que iria dividir com outro instrutor. O condomínio tinha piscina e área para ginástica. Não podia ser melhor. Saímos pra comer um lanche, a convite dele, pois eu ainda só tinha o meu único último dólar. Fui para o quarto e na cama que parecia ser a melhor cama do mundo tentei assimilar a experiência que vivi nos últimos 5 dias. Relembrei todo o trajeto, todos os perrengues e como as dificuldades foram sendo superadas. Havia conquistado meu objetivo e a partir daí outros sonhos iriam surgir. Apaguei com esta sensação de vitória e de missão cumprida. Após uma longa noite de sono fui conhecer o meu novo lugar de trabalho. O primeiro mergulho foi sensacional, águas claras e quentes, muitos corais, peixes que só tinha visto nas revistas de mergulho...tudo era novidade. Após duas semana já havia comprado uma moto, já era coordenador de uma base da Scubacaribe dentro de um resort all-inclusive, tripliquei as vendas de cursos....bom, daqui pra frente é uma outra história!!!!
Ahi Cristian,que aventura sensacional!!!Como é bom ter sonhos
ResponderExcluirpra alcançar !!!
Um abraço
Rony
Tá ficando show.
ResponderExcluirAguardo os relatos de Holbox.
Abraços